Conferências e laboratórios de ideias promovendo o intercâmbio de experiências e a construção de redes em torno de temas centrais como inclusão, acessibilidade, emergência climática, apropriação social do patrimônio e vínculos com as comunidades.
Toda a capacitação está baseada em tecer como uma prática que reúne e entrelaça os três pilares: educação, cuidado e bem-estar. Na perspectiva do Ibermuseus, a sustentabilidade dos museus se baseia em quatro dimensões interdependentes: ambiental, social, econômica e cultural. Nesse contexto, o conceito de cuidado adquire relevância fundamental, pois conecta o trabalho do museu com a preservação da memória, a regeneração de territórios, a valorização de tradições ancestrais e a construção de comunidades mais equitativas e empoderadas que valorizam sua memória.
Assim, o tema “Cuidado, educação e bem-estar” propõe uma abordagem investigativa e reflexiva sobre como as instituições museológicas vêm cultivando práticas de cuidado por meio de projetos de educação, inclusão e acessibilidade. Trata-se de explorar a história das comunidades, os saberes esquecidos e repensar como o museu, como espaço de aprendizado, transformação e afeto, pode ser um agente ativo na construção de um mundo mais sustentável.
O cuidado, entendido em seu sentido mais amplo, é expresso em múltiplas dimensões:
● O cuidado com a educação, como prática emancipatória e ferramenta de transformação social.
● Cuidado com o bem-estar, considerando a inter-relação entre arte, cultura e saúde mental e emocional, em um contexto global de crise e incerteza.
● Cuidado com a memória, reconhecendo que a proteção do patrimônio é uma forma de justiça social e reparação histórica.
● Cuidado com os territórios, enfatizando o papel dos museus na regeneração dos espaços, no fortalecimento das comunidades locais e na valorização do conhecimento ancestral.
● O cuidado com a ancestralidade, respeitando e revitalizando práticas, linguagens e saberes, valorizando sua importância, a necessidade de sua preservação e o poder do que foi historicamente construído. Fazendo referência a Ailton Krenak “O futuro é ancestral”.
Em um mundo marcado pela crise climática, pelas desigualdades estruturais e pelo desenraizamento cultural, o cuidado surge como uma prática política e ética. Joan Tronto e Berenice Fisher definem o cuidado como “uma atividade que inclui tudo o que fazemos para manter, continuar e reparar nosso mundo, para que possamos viver nele da melhor maneira possível”. Nesse sentido, os museus podem ser locais de ativação do cuidado em suas diversas manifestações: por meio de sua ação educativa, de seu compromisso com a inclusão e a acessibilidade cultural, da proteção e gestão do património tangível e intangível à criação de espaços seguros para a memória coletiva.
O Seminário será realizado de 16 a 18 de junho de 2025, em Portugal, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.
Duração | 6 horas. |
Modalidade: | Ação de Curta Duração |
Formação | Geral |
Acreditação |